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Jesus, a consolação aguardada

No que se refere a consolação aguardada, a Bíblia ensina que: “𝗛𝗮𝘃𝗶𝗮 𝗲𝗺 𝗝𝗲𝗿𝘂𝘀𝗮𝗹𝗲́𝗺 𝘂𝗺 𝗵𝗼𝗺𝗲𝗺 𝗰𝗵𝗮𝗺𝗮𝗱𝗼 𝗦𝗶𝗺𝗮̃𝗼; 𝗵𝗼𝗺𝗲𝗺 𝗲𝘀𝘁𝗲 𝗷𝘂𝘀𝘁𝗼 𝗲 𝗽𝗶𝗲𝗱𝗼𝘀𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝘀𝗽𝗲𝗿𝗮𝘃𝗮 𝗮 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗼𝗹𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗱𝗲 𝗜𝘀𝗿𝗮𝗲𝗹” (𝗟𝗰 𝟮. 𝟮𝟱). Faz parte do conhecimento geral que, a consolação faz parte da aspiração daquele que passa por aflição. Mais do que desejo, diríamos que o consolo é uma necessidade de quem sofre. Digo que é uma necessidade porque todo aquele que é afligido precisa de consolação. Sendo assim, a consolação se faz necessária porque existe a angústia. Já esteve angustiado? Então precisou de consolo. Já passou por aflição? Se sim, significa que precisou de conforto. Nossa reflexão versa sobre consolação, não uma consolação espúria, mas uma consolação eficaz e duradoura. Diante disso, saiba que a consolação aguardada foi prometida.

Mas, para entendermos a promessa da consolação, precisamos entender o que aconteceu na história da humanidade. O primeiro casal criado por Deus foi colocado no jardim do Éden. Lá recebeu uma ordem que exigia obediência irrestrita. Deus foi claro ao dizer: “𝗗𝗲 𝘁𝗼𝗱𝗮 𝗮́𝗿𝘃𝗼𝗿𝗲 𝗱𝗼 𝗷𝗮𝗿𝗱𝗶𝗺 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗿𝗮́𝘀 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗲𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗺𝗮𝘀 𝗱𝗮 𝗮́𝗿𝘃𝗼𝗿𝗲 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗯𝗲𝗺 𝗲 𝗱𝗼 𝗺𝗮𝗹 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗿𝗮́𝘀; 𝗽𝗼𝗿𝗾𝘂𝗲, 𝗻𝗼 𝗱𝗶𝗮 𝗲𝗺 𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗲𝗹𝗮 𝗰𝗼𝗺𝗲𝗿𝗲𝘀, 𝗰𝗲𝗿𝘁𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 𝗺𝗼𝗿𝗿𝗲𝗿𝗮́𝘀” (𝗚𝗻 𝟮. 𝟭𝟲, 𝟭𝟳). Todavia, após ser tentado pelo diabo, o casal cedeu a tentação e desobedeceu ao seu Criador e Senhor (𝗚𝗻 𝟯. 𝟭-𝟲). Assim que o pecado entrou no mundo tudo ficou desajustado. Com isso, as consequências foram catastróficas. Por conta da desobediência, como consequência espiritual e existencial, vieram o fardo pesado da culpa, o medo e a fuga (𝗚𝗻 𝟯. 𝟳, 𝟴). A relação com o Criador foi rompida, o relacionamento interpessoal afetado, o trato que deveria ser dado a criação, a qual deveria ser cuidada, também sofreu com a entrada do pecado no mundo. Foi tão danoso o que aconteceu, “[…] 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗼𝗱𝗮 𝗮 𝗰𝗿𝗶𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼, 𝗮 𝘂𝗺 𝘀𝗼́ 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼, 𝗴𝗲𝗺𝗲 𝗲 𝘀𝘂𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮 𝗮𝗻𝗴𝘂́𝘀𝘁𝗶𝗮𝘀 𝗮𝘁𝗲́ 𝗮𝗴𝗼𝗿𝗮” (𝗥𝗺 𝟴. 𝟮𝟮). O pior drama da humanidade tem como ponto inicial a queda. Dali derivam todas as mazelas. A harmonia foi atacada e danificada por causa da desobediência. A ruptura com o Criador foi uma tragédia universal.

Por causa da queda, verdadeiramente, todas as coisas saíram do eixo. A queda trouxe consequências terríveis para a raça humana. Não precisa ser um cientista para notar os seus efeitos. Porém, nem sempre foi assim. As coisas não eram assim como são agora. Não tivesse acontecido a queda, não precisaríamos de consolação. Agora, porém, a existência humana é marcada por medos, incertezas, angustias e aflições. Por causa da queda, surgem as rivalidades, as tragédias relacionais, as catástrofes naturais, as incontáveis enfermidades, e, por fim, a morte, que é o terror de todo ser humano. Diante disso, a consolação passa a ser uma necessidade e uma aspiração do ser humano.

Todavia, para alegria do homem, a coisa não haveria de ficar perdida, o irreversível para o homem seria revertido pelo Senhor Deus. Quando tudo parecia perdido Deus interveio na história. Ele buscou o casal amedrontado. Providenciou o que o casal não podia prover pelo seu esforço, nem por sua justiça, nem por seu mérito. Deus fez tudo. Além disso, Ele fez a promessa de que enviaria a consolação. Logo após a entrada do pecado no mundo Deus prometeu que nasceria o descente da mulher, o qual teria o calcanhar ferido pela serpente, mas que também feriria a cabeça da serpente (𝗚𝗻 𝟯. 𝟭𝟱). O que Deus prometeu fez com que o casal, assim como a sua descendência, andassem e vivessem aguardando o cumprimento do que ouviram. Portanto, após a tragédia Deus fez a maravilhosa promessa. A consolação prometida veio como uma semente de esperança, veio como a boa notícia aguardada pelos aflitos.

Desde então, a descendência de Sete seguiu seu caminho com a esperança de que nalgum momento da história a promessa da consolação se concretizaria (𝗚𝗻 𝟰. 𝟮𝟱, 𝟮𝟲). Tanto é assim, que o nascimento de Noé veio acompanhado de expectativa. Assim que nasceu, Lameque disse: “𝗘𝘀𝘁𝗲 𝗻𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗻𝘀𝗼𝗹𝗮𝗿𝗮́ 𝗱𝗼𝘀 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗼𝘀 𝘁𝗿𝗮𝗯𝗮𝗹𝗵𝗼𝘀 𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗳𝗮𝗱𝗶𝗴𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗻𝗼𝘀𝘀𝗮𝘀 𝗺𝗮̃𝗼𝘀, 𝗻𝗲𝘀𝘁𝗮 𝘁𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗾𝘂𝗲 𝗼 𝗦𝗘𝗡𝗛𝗢𝗥 𝗮𝗺𝗮𝗹𝗱𝗶𝗰̧𝗼𝗼𝘂” (𝗚𝗻 𝟱. 𝟮𝟵). Mas o pai de Noé estava errado. Noé não era a encarnação da consolação prometida. No entanto, a expectativa de Lameque reforça o fato de que nasceria da mulher um menino, aquele por meio de quem Deus reverteria a situação e traria consolo para os corações aflitos.

Os séculos passaram, milênios e gerações também, mas a promessa da consolação aguardada jamais foi esquecida. Na história ela foi ratificada pelos profetas. Isaías profetizou a seu respeito, dizendo: “[…] o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7. 14). Noutro lugar, diz: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9. 6).

A concretização da promessa, todavia, aconteceu no tempo determinado pela agenda soberana de Deus: “𝘃𝗶𝗻𝗱𝗼, 𝗽𝗼𝗿𝗲́𝗺, 𝗮 𝗽𝗹𝗲𝗻𝗶𝘁𝘂𝗱𝗲 𝗱𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼, 𝗗𝗲𝘂𝘀 𝗲𝗻𝘃𝗶𝗼𝘂 𝘀𝗲𝘂 𝗙𝗶𝗹𝗵𝗼, 𝗻𝗮𝘀𝗰𝗶𝗱𝗼 𝗱𝗲 𝗺𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿, 𝗻𝗮𝘀𝗰𝗶𝗱𝗼 𝘀𝗼𝗯 𝗮 𝗹𝗲𝗶” (𝗚𝗹 𝟰. 𝟰). Portanto, Jesus não é apenas a consolação prometida, Ele é a consolação concretizada. Jesus não é apenas a consolação profetizada, Ele é a consolação encarnada. O que Lameque não experimentou, Simeão, o justo, o piedoso e o esperançoso viu e experimentou (𝗟𝗰 𝟮. 𝟮𝟱-𝟯𝟮). Saiba que Jesus, como a consolação prometida, já veio. Por isso, Ele foi tocado, mas também tocou os aflitos, porque se fez gente como a gente. Jesus, como a consolação desejada, também é a consolação a ser experimentada. Agora podemos receber o seu consolo. Ele é a consolação da qual precisamos.

𝗣𝗼𝗿: 𝗥𝗲𝘃. 𝗙𝗮𝗯𝗶𝗼 𝗛𝗲𝗻𝗿𝗶𝗾𝘂𝗲 𝗱𝗲 𝗝𝗲𝘀𝘂𝘀 𝗖𝗮𝗲𝘁𝗮𝗻𝗼

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