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A Motivação Correta

No evangelho que Mateus escreveu, mas especificamente no contexto do sermão do monte, encontramos o Senhor Jesus advertindo seus ouvintes sobre a hipocrisia. Em Mt 6.1-18, Jesus ensina qual a motivação correta ao praticarmos nossos exercícios espirituais. Colocando a ideia em forma de pergunta poderíamos expressar assim: Para quem você faz o que faz?

De modo mais direcionado nos versos 2-4 vemos Jesus falando da hipocrisia de alguns ao dar esmolas, ou, praticar atos de misericórdia. Não se enganem meus irmãos, somos peritos em fazer algo para nos promover, para que sejamos notados e glorificados, inclusive usando de práticas religiosas para alcançar o reconhecimento.

Segundo o texto grego, onde lemos “deres esmolas” também podemos ler “praticardes a compaixão”, ou seja, vai além de dar alguns trocados a uma pessoa, envolve tantos outros atos de auxílio ao necessitado. Era isso uma prática comum do judeu, porque pela lei mosaica os judeus deveriam ajudar os necessitados. Fazer isso não deveria ser algo para autopromoção, mas por obediência. Entretanto, como já falamos, somos peritos em transformar algo para a glória de Deus em algo para nos glorificar.

O problema é que aqueles que, naquele ou nesse tempo, procuram ser notados pelos homens, já receberam a sua recompensa. Em outras palavras, o que você faz para glorificar a si próprio não tem valor diante de Deus.

Por isso, o ensino de Jesus quanto a forma correta de praticar os atos de misericórdia envolve: 1) Renúncia – não faça questão de ficar lembrando o que fez e para quem fez, nem mesmo selecione pessoas a quem prestar auxílio, querendo algum tipo de retribuição futura; 2) Discrição – devemos praticar a compaixão sem o reconhecimento das pessoas. Deus é nossa testemunha, a ele deve ser a glória. E é justamente isso que envolve o galardão descrito no texto, o reconhecimento do próprio Deus daquilo que fazemos para a glória dele. Como será maravilhoso ouvirmos do nosso Senhor: “Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” Mt 25.21.

Uma coisa precisa ficar bem esclarecida, é certo que os homens precisam ver a luz brilhar em nós como Jesus diz em Mt 5.16, então o problema não está no que os homens veem, porém naquilo que Deus vê. Deus conhece nosso coração e sabe se aquilo que fazemos é para sua glória ou para nossa própria glória.

Portanto, sejamos confrontados pela palavra e façamos uma análise minuciosa para quem são os nossos atos. Fujamos do autorreconhecimento. E, por fim, pratiquemos a compaixão em prol do nosso próximo, visando a glória de Deus.

Que o Senhor assim nos abençoe!

Por: Rev. Robson Luiz Silva dos Reis

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