Pai Nosso, Que Estás Nos Céus

“…Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome;” (Mt.6.9)

Este é o início de uma das passagens bíblicas mais recitadas em todo o mundo, por várias pessoas todos os dias. É o início da Oração conhecida como Oração Dominical, mas possivelmente o melhor título seria: Oração Modelo. Essa oração está inserida no sermão mais proeminente da história, o Sermão do Monte. Ela nos ensina como orar e pelo que orar. Mas, ao longo do tempo, essa oração foi perdendo seu significado e começou a ser usada como um amuleto, ou ainda, como razão de penitência. Outros ainda acham que, ao repeti-la várias vezes, obterão algum benefício. Há também aqueles que a recitam displicentemente como se fosse apenas uma.

A introdução invocatória dessa oração, como vemos no texto supracitado, nos ensina verdades preciosas que compartilharemos nesse instante:

A primeira verdade é que Deus procura intimidade com seus filhos. A palavra grega que Jesus usa para Pai é Abba, que significa “papai” ou “papaizinho”. Com isso, Jesus nos ensina que Deus quer intimidade com seus filhos. Nosso Deus e Pai, bondoso e misericordioso, está com seus ouvidos atentos para ouvir nosso clamor e nosso louvor.

A prova maior da bondade de Deus para conosco é a vinda de Jesus, que morreu por nós, mostrando o amor e a bondade de Deus aos seus filhos, não por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer. A própria Escritura nos afirma que ele fez isso sendo nós ainda pecadores. Portanto, por meio de Jesus podemos nos achegar a Deus e nos aconchegar nos braços poderosos de nosso Pai.

A segunda verdade é que Deus ouve somente seus filhos. Dizem que “todos são filhos de Deus”. Entretanto, a Bíblia nos mostra o contrário disso. Somente os que foram adotados por Deus, por intermédio de Cristo, são verdadeiramente seus filhos e somente eles são ouvidos em suas súplicas e orações.

É claro que o ímpio, por causa da graça comum, também é beneficiado em muitas coisas. No entanto, no que diz respeito às bênçãos celestiais, somente nós, filhos adotados por meio de Cristo, temos acesso ao Pai. Como diz o apóstolo João “mas a todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de serem filhos de Deus, a saber, os que crêem no seu nome” (Jo 1.12). São estes que crêem em Jesus Cristo que o Pai ouve e atende as orações, provendo o que necessitam, perdoando seus pecados e renovando suas forças.

A terceira verdade é que Deus é o Pai Supremo. Jesus apresentou o Pai que quer intimidade com seus filhos, que está no meio de seus filhos, mas também ensinou que esse Pai é soberano, excelso e Todo Poderoso. O Deus transcendente que está nos céus reinando com poder e glória e deve ser honrado, exaltado e adorado. Por isso, a nossa intimidade com Deus não pode ser demonstrada por meios desrespeitosos e vulgares. Se não tivermos a visão correta de Deus como Pai e nós como filhos, ainda que tenhamos a intenção de buscar intimidade, o que conseguiremos na realidade é ofender a santidade e desonrar a majestade de Deus.

Concluindo, quero lembrá-los que a oração modelo ensinada por Jesus não pode ser recitada por nós como um simples poema. Ela é Palavra de Deus e como tal, pela iluminação do Espírito Santo, está registrada nas Escrituras para a nossa edificação. Leia essa passagem de maneira diferente, não como um conjunto de versículos que você já conhece desde a infância, mas como Palavra de Deus que te alimenta, te ensina e te edifica.

Que Deus nos abençoe!

Por: Rev. Robson Luiz Silva dos Reis