O Salmo 95 é um chamado à alegria, reverência e obediência. Outrora, Israel o entoava, talvez conduzido por um sacerdote que convidava o povo à adoração. Hoje, Deus continua chamando a Sua igreja a adorá-Lo com júbilo, reconhecendo Sua soberania e fidelidade. Esse salmo é um convite para que o coração se curve em gratidão diante do Criador, que governa com autoridade sobre todas as coisas.
Em 1907, o Rev. Henry van Dyke, pastor presbiteriano, escreveu o poema “Hymn of Joy”, traduzido para o português como “Coroação”, durante sua estada na Williams College, inspirado pelas belas paisagens das montanhas de Berkshire. Ele pediu que seu poema fosse cantado com a melodia da “Ode à Alegria”, de Beethoven. O Rev. Dyke declarou: “Estas são palavras de alegria, escritas por um cristão. Não são boas para uma igreja triste. Use-as como um salmo de louvor para qualquer dia alegre.”
Assim como o Salmo 95 convoca o povo a louvar com reverência e obediência, o hino “Coroação” nos leva a contemplar a grandeza de Deus, a graça da redenção e a vida cristã como uma peregrinação de louvor. Ambos os textos nos recordam que adorar é viver em comunhão com o Deus que nos criou, redimiu e governa.
“Tuas obras te coroam como um halo de esplendor…” assim começa o hino, ecoando o clamor do salmo: “Vinde, cantemos ao Senhor com júbilo…” Salmo 95:1. A adoração flui do conhecimento de Deus e é instituída por Ele mesmo, como ensina a Confissão de Fé de Westminster no capítulo XXI. Algumas vezes, as incertezas parecem eclipsar a visão que temos, não só das belezas naturais, mas da própria vida futura. A soberania de Deus sobre a criação nos consola: “nas suas mãos estão as profundezas da terra e as alturas dos montes lhe pertencem”. Salmo 95:4. Quando a dor e a incerteza caminharem juntas e vierem bater na nossa porta, lembrar disso irá renovar nossa confiança.
Quando cantamos: “Nós, mortais, por ti remidos…”, somos conduzidos à cruz. O amor insondável do Pai se manifesta ao enviar Jesus, o Justo, para morrer por nossos pecados. Como disse Isaías 53:5 “o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele”. Essa verdade nos leva a adorar com reverência e quebrantamento.
Mesmo cercados de lutas e frustrações, podemos cantar: “Fonte és de alegria e vida…”. Sim, a alegria do cristão não depende das circunstâncias, mas da obra do Evangelho. Marchamos em “marcha triunfal”, porque fomos redimidos. Este é o Espírito que nos sustenta, formando em nós o fruto visível da nova vida: amor, alegria, paz e domínio próprio.
A adoração verdadeira se revela na vida regenerada, que é uma vida de vitória. O louvor não se limita ao cântico, mas se expressa no caminhar diário, marcado pela transformação que o Espírito realiza. Que vivamos, pois, como peregrinos gratos, adorando com os lábios e com a vida.
Seminarista: MSc. Ronelx Aguilar Villavicencio.



